Por que alguns estudiosos, das sagradas escrituras, afirmam que Jesus Cristo era negro? Será que um punhado de especialistas tem razão, ao afirmar que essa verdade ficou oculta, por milênios? Graças à globalização digital, vamos descobrir, pois, não existe nada escondido, que não venha a ser revelado ou oculto, que não venha a ser conhecido (Lucas 12:2). Que a verdade seja exaltada! Para a glória do criador! E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará (João 8:32).
Nesta época de valorização da identidade negra, em que os cabelos abandonam as chapinhas, e as cabeças se adornam com turbantes, é possível encontrar na internet, diversos tutoriais com dicas de como amarrar um lenço ao estilo africano, além de maneiras de recuperar os cachos danificados pelas progressivas.
Dito isso, fica difícil saber por onde começar. Decidi então, sugerir algumas fontes, que mostram de um jeito fácil e rápido, maneiras de estar na moda, e ao mesmo tempo valorizar suas raízes africanas.
Acompanhe então, as dicas de blogs e vídeos que selecionei. A Hebreu Negro não pretende esgotar a lista de opções, mas, incentivar você a buscar por informações para alimentar sua vaidade afrodescendente.
Para aquelas que finalmente aboliram os produtos tóxicos de alisamento é importante aprender à recuperar os fios cacheados. No blog Encrespando, você encontra dicas de quais produtos usar para recuperar os cabelos crespos, além de um tutorial de turbante. Acesse: https://lorenamorais.wordpress.com/.
Fonte: Encrespando
Na edição de 19 de fevereiro de 2016, a "Capricho" apresentou cinco dicas de penteado para cabelo Black Power. Entre elas está o famoso lenço, além do tradicional cabelo com tiara. Use a criatividade e inove.
Agora, de nada adianta adotar o turbante, se você pretende
continuar a alisar as madeixas, com produtos tóxicos. Assuma de vez sua beleza
negra.
"Cabelos de Rainha" indica como sair da progressiva e voltar aos cachos. Alguns pontos importantes são: largar de vez a química, usar os produtos certos, fazer hidratação semanal, umectar com óleos, usar secador próprio para seu cabelo.
É possível que um acidente geológico resultou em reatores nucleares ‘naturais’ melhores equipados do que os reatores existentes hoje? Na África, em uma montanha há rejeitos de urânio. Depósitos que sugerem a existência de uma civilização avançada há 2 bilhões de anos atrás.
Chamado de ‘monstro atômico’, em todo o mundo não houve maior produtor de energia nuclear e mais eficiente. Paredes com ângulos inclinados, isolamento para o lixo nuclear e a melhor refrigeração que a engenharia poderia desenvolver. Ele tinha uma estrutura bem concebida que poderia tê-lo mantido para sempre. Assim, após o período da ‘grande destruição’, muitas civilizações posteriores tentaram explorar o que restava do ‘monstro’ para voltar aos dias de glória.
Mas o prédio foi muito dilapidado e o sistema de reciclagem de urânio já não funcionava. Finalmente, ao longo dos milênios, as paredes e os canais de refrigeração foram oxidados, corroídos e acabaram sendo confundidos com a montanha que antigamente os havia abrigado. Milhões de anos mais tarde, o único remanescente de uma tecnologia de construção que existia naquele lugar era o material empobrecido, o resto do reator estava irreconhecível.
Este cenário de ficção não poderia ter sido muito diferente do real, quando você considerar que para muitos cientistas a existência de um ‘reator nuclear no Gabão’, um depósito de urânio gigante encontrado na África na década de setenta, é um fenômeno que nunca poderia ter acontecido naturalmente.
A partir de uma idade aproximada de 2 bilhões de anos, Oklo mina na República do Gabão, saltou à luz internacional quando uma empresa francesa descobriu que seu urânio tinha sido extraído e utilizado.
Depois de analisar amostras da mina, os técnicos Tricastin Usina Nuclear descobriram que o mineral não seria bom para fins industriais. Suspeitando uma possível fraude por parte da empresa que exportava urânio , Tricastin Central decidiu investigar a razão das mostras de urânio normais serem aproximadamente 0,7% de material utilizável, enquanto que o Oklo apenas aproximados de 0,3% . Quando foi confirmado que o material parecia eliminação de reação nuclear, pesquisadores de todo o mundo viajaram para estudar o local.
Depois de uma exaustiva análise química e geológica, os cientistas por unanimidade chegaram a uma conclusão assustadora: as minas de urânio no Gabão não poderiam ter sido outra coisa além de um reator de 35 mil km², o qual iniciou o seu trabalho 2 bilhões de anos atrás e manteve-se em operação durante outros 500 mil anos.
Estes números assombrosos levaram muitos especialistas a quebrar suas cabeças pensando em uma possível explicação. Mas 40 anos depois, o caso das minas de Gabão ainda desperta-lhes as mesmas perguntas que tinham no início. O que ou quem estava usando a energia nuclear antes de qualquer civilização pisara na Terra? Como eles projetaram um complexo de reatores tão grande? Como foram mantidos em operação por tanto tempo?
A explicação implausível
Em um esforço para explicar a origem do reator, os cientistas se voltaram para uma velha teoria do químico japonês Kazuo Kuroda, que anos antes tinha sido ridicularizada depois de postular sua teoria.
Kuroda disse que uma reação nuclear poderia ocorrer sem que a mão do homem intervenha e que a natureza dê uma série de condições essenciais: um depósito de urânio no tamanho certo, um mineral com uma alta proporção de urânio físsil, um elemento que age como moderador na ausência de partículas dissolvidas que impedem a reação.
Mas, três das condições de Kuroda eram altamente improváveis. Ainda mais difícil de explicar era como uma reação nuclear natural poderia ter permanecido equilibrada, sem que o núcleo de urânio fosse extinto ou derretesse durante o período de cerca de 500 mil anos. Por esta razão, os cientistas adicionaram à hipótese de Kuroda um fator final: um ocasional sistema geológico que permitia a entrada de água para os depósitos e da saída do vapor de reação.
Estima-se que hà muitos milhões de anos, a proporção de urânio físsil na natureza foi muito mais elevada (cerca de 3% do minério), um evento chave para que a reação suposta possa ter ocorrido. Com base nesse fator, os cientistas propuseram que a cada três horas os depósitos de urânio poderiam ter sido espontaneamente ativados quando inundados com água filtrada as rachaduras, gerando calor e se apagando quando a água, que atuava como moderadora, se evaporava completamente.
No entanto, a teoria de Kuroda, a água necessária deveria ter uma boa relação de deutério (água pesada) e deveria estar ausente de qualquer partícula que poderia parar os nêutrons na reação. Poderia água que escoa através das rochas ter essas condições tão excepcionais? Poderia estar na natureza um líquido, que hoje requer um processo de produção elaborado?
Engenharia avançada
Após uma série de análise geológica, os pesquisadores descobriram que o reator Oklo ainda manteve uma última surpresa: Os ‘depósitos’ de resíduos adotaram uma disposição tal que apesar de ter passado milhões de anos, a radioatividade não havia escapado fora da mina. Na verdade, foi calculado que o impacto térmico de reatores operacionais não devem ter passado de uma gama de mais de 40 metros. Cientistas reconhecem a inabilidade de um sistema de resíduo emular tão eficiente. O reator ainda é estudado de modo a conceber novas tecnologias baseadas na sua estrutura.
Resumindo, o gigante reator no Gabão foi o melhor já concebido em relação a qualquer reator moderno.
Assim, mesmo que a teoria dos ‘reatores naturais’ seja agora a mais difundida no meio acadêmico, no local de Oklo hà muitas perguntas que ainda aguardam sem serem respondidas.
Por que o urânio foi encontrado em depósitos bem delimitados e não por acaso dispersos em toda a Terra? Por que esse fenômeno ocorreu apenas na África e não em outras partes do mundo? Pode coincidentemente as paredes de uma mina formar um desenho de tal modo que nenhuma radioatividade possa migrar para fora da mesma? Mas, acima de tudo, o que exatamente aconteceu no Gabão 2 bilhões de anos atrás?
Estes são alguns dos nomes, de grupos de afroamericanos, que
reivindicam ascendência israelita. Eles alegam que são descendentes diretos, dos
antigos hebreus, descritos na Bíblia. Se isso for verdade, o mundo cristão seria
revolucionado, uma vez que essa teoria fala de um Jesus Cristo negro, muito
diferente daquele Cristo retratado pelo eurocentrismo. Consoante a isso, iremos conhecer um pouquinho a respeito destes judeus, que surgiram em território americano, no final do século XIX, e início do século XX. E pensamos se, algum cristão, que por
ventura seja racista (há muitos por aí), seria capaz de rever
suas crenças ou mudar sua postura moral, face a aceitação da tese referida. Na verdade, se não aprenderam com a lição do evangelho, que fala do amor ao próximo, não podemos esperar que aprendam com essa teoria que ficou oculta por milênios.
Faço uma pausa para frisar que, foi graças a estes Judeus Afroamericanos, que criamos o “Hebreu Negro”. Isso porque, descobrimos com o blog Hebreu Israelita, que a imagem de um Jesus branco-europeu é uma farsa (os autores do blog citado foram, certamente, influenciados por estes grupos de judeus negros americanos). Dando continuidade ao assunto, de início, deve-se enfatizar que, nem todos os
grupos de israelitas negros aceitam os termos utilizados para descrevê-los.
Alguns, na verdade, até rejeitam o termo "judeu", precisamente porque
conota, na mente da maioria das pessoas, um grupo étnico branco. Portanto, o
uso desta palavrinha pode ser mal interpretada, como um desejo de ser branco,
ou a negação do patrimônio Africano. Em ambos os casos, a sua aplicação pode
ser considerada como uma afronta por algumas pessoas. Assim, os grupos que se sentem
desta forma preferem o termo hebraico ou Israelita, porque eles acreditam que
evita uma conexão com a "brancura", ou, inversamente, implica uma
ligação com a "negritude"...
Mas, afinal, quem são estes israelitas? São judeus convertidos? São hebreus originais?
Esses grupos são compostos de afroamericanos, que aderem em graus diferentes, às crenças e práticas religiosas do Judaísmo. Assim sendo, podemos encontrar entre
eles, a negação do Messias cristão. Mas, neste ponto abro um parêntese: não defendemos doutrinas ou crenças exclusivas, porque nosso objetivo não é religioso. Friso: embora tenhamos começado
o “Hebreu negro”, a partir de um enfoque religioso (a partir do blog que fala do
Jesus hebreu-israelita negro), não defendemos fé, doutrina, ou
religião alguma.
A questão que se levanta é: estes grupos são compostos de descendente de judeus convertidos ou de judeus originais? Dado que, muitos apresentam práticas idênticas ao judaísmo, como nas comunidades tradicionais, muito antigas, existentes na África, e que são
consideradas por alguns, como os verdadeiros descendentes do antigo Israel. Estamos falando dos povos africanos, Lemba e Beth Israel (Falashas). Neste ponto
sugiro que leiam as matérias: “Teste genético prova que, o povo Lemba
(africano) descende de Aarão, irmão de Moisés”, do dia 17 de agosto de 2015, e,
o tema: “Beta Israel (Falashas)”, do dia 19 de agosto de 2015. Apesar destes grupos (Lemba e Falasha) terem
obtido reconhecimento, a ponto de obterem permissão para entrar e residir em
Israel, tenho minhas dúvidas, se os judeus brancos admitem de fato, que os judeus africanos são israelitas de sangue e de direito.
Então, os navios negreiros fizeram a migração de muitos destes africanos, do continente negro ao americano. Ocorre que, esses grupos não são aceitos em Israel, pela comunidade judaica tradicional. Estamos falando agora, sobre os hebreus negros da América. Antes de prosseguir, ressaltamos que, ser judeu afroamericano não é sinônimo de ser pertencente ao judaísmo
normativo, praticado por pessoas negras, porque, neste último, não se fala em linhagem
documentada, de antepassados judeus (James E. Landing).
Frisamos ainda que, o surgimento do judaísmo entre pessoas de
ascendência africana, nos EUA, mais recentemente, ocorreu a partir de uma combinação de fatores como o reconhecimento de tradições religiosas, de origem desconhecida, lembradas pelos membros mais velhos da comunidade, e que apresentavam alguma semelhança com o judaísmo. Casos em que os pais observavam leis dietéticas, como
abster-se de carne de porco, a observância do sábado ou festivais como Páscoa e Sukkot. Na
maioria destes casos, as práticas eram fragmentárias e observadas por pessoas
que simultaneamente praticavam o cristianismo. Algo semelhante ocorreu no Brasil,
onde os judeus expulsos de Portugal e Espanha, pela inquisição, tornaram-se cristãos novos, praticantes do judaísmo, e do catolicismo, em um
perfeito sincretismo.
Em suma: as possíveis origens dessas tradições hebraicas
podem ser rastreadas até a África Ocidental, onde certos números de tribos têm
costumes tão semelhantes ao judaísmo, que uma conexão antiga é totalmente provável, e de fato, eles acreditam que estão ligados por uma linhagem direta com uma das "dez tribos perdidas".
Sobre judeus brancos, sugiro que leiam: "(05) A 13ª tribo, falsos
israelitas, Khazares, Ashkenazi, Edomitas...", do dia 26 de julho de 2015. Onde você verá que os judeus brancos não são provenientes do israel antigo.
Falando mais sobre os Israelitas da Diáspora, citamos os nomes de alguns grupos de israelitas afroamericanos, fundados no
final do século XIX, e início do século XX. São eles: o “African-American
Jews”, que é um grupo estimado em 200.000 judeus negros; o “Church of God and Saints of
Christ”, que é um dos maiores grupos; o “The Church of the Living God, the Pillar Ground of Truth
for All Nations”, que é o grupo mais antigo, o “The African Hebrew Israelites of
Jerusalem” e o “Commandment Keepers”, que são amplamente conhecidos, por terem migrado
dos EUA, para Israel, no final do século XX.
Vale lembrar que, "a maior parte dos hebreus negros não podem ser considerados, explicitamente, como racistas, nem antissemitas, e
não advogam a violência", embora, existam alguns que sejam considerados extremistas, como no caso do “Nation of Yaweh” e do “Israelite Church of God
in Jesus Christ”.
Segundo a “Anti-Defamation League” (ADL), o
website "12 Tribes of Israel" (12 tribos de Israel), administrado por
um grupo hebreu negro, promove a supremacia negra.
Ressaltamos que, as crenças e práticas destes grupos
diferem consideravelmente entre si, de forma que, o historiador James Tinney
sugeriu a classificação das organizações, em três grupos: “Black Jews” (Judeus
negros), que mantêm uma perspectiva cristológica, e adotam rituais judaicos; Black
Hebrews” (Hebreus Negros), que são mais tradicionais na sua prática do
judaísmo; e “Black Israelites” (Israelitas Negros), que são mais nacionalistas, e mais distantes do judaísmo tradicional.
Entre os judeus negros mais bem conhecidos temos o ator Yaphet Kotto, da série de televisão "Homicide", da NBC; Walter
Mosley, autor de "Devil in a Blue Dress"; a atriz Lisa Bonet; o
falecido ator Sammy Davis Jr. e o cantor de rock de rock, soul, funk, reggae, hard rock, psicodélico, folk, e baladas, Lenny Kravitz.
Entre os que acreditam que “os hebreus da
antiguidade eram negros, e Jesus Cristo também”, há afirmações com respeito ao
atual paradeiro das tribos perdidas de Israel. Vejamos: É dito que:
Judá — são os afroamericanos
Benjamim — são os caribenhos
Levi — são os haitianos
Simeão — são os dominicanos
Zebulom — são os guatemaltecos,
panamenhos
Efraim — são os porto-riquenhos
Manassés — são os cubanos
Gade — são os indígenas da América
Rubem — são os índios seminoles
Aser — são os colombianos e
uruguaios
Naftali — são os argentinos e
chilenos
Issacar — são os mexicanos
Neste ponto sugiro que leiam, em nosso blog, as seguintes publicações:
“(01) Os Egípcios da antiguidade eram negros, e isso pode provar que
Jesus Cristo também era”, publicação do dia 23 de Julho de 2015.
“(02) Israel e Egito, alguma semelhança física?”, publicação do dia 23 de
Julho de 2015.
“(06) Os Verdadeiros Israelitas são Negros e Índios”, dia 23 de Agosto de
2015.
“Os índios negros americanos são os habitantes originais das Américas”, de
23 de Agosto de 2015.
“Onde estão Judá, Benjamim e Levi, atualmente?”, de 05 de Outubro de
2015.
“Tribos israelitas perdidas - onde está Ruben atualmente?”, de 13 de
Outubro de 2015.
“Tribos israelitas perdidas - onde está Naftali atualmente?”, de 14 de
Outubro de 2015.
“Tribos israelitas perdidas - onde está Gade, Zebulom e Manassés,
atualmente?”, de 12 de Janeiro de 2016.
Por fim, o que pensar dos judeus brancos?
O Rabbi W.A. Matthew, pertencente ao grupo de hebreus negros, dos EUA, deixa-nos, uma importante opinião, ele disse o seguinte: embora os "judeus originais" fossem
negros, os judeus brancos tinham mantido e preservado o judaísmo ao longo dos
séculos. Veja que, não se trata de repudiar os judeus brancos, mas, reconhecer o ponto positivo, em sua relação com o judaísmo, desde tempos imemoriais. Até porque, muitos judeus negros, a exceção dos povos tradicionais, como os falachas, só despertam para o judaísmo, em tempos recentes, quando recebem então, o legado, ainda que europeizado, dos israelitas brancos; cabendo-lhes fazer ajustes, que acharem oportunos.
Assim foi com o Rabbi W.A, que sentiu-se livre para discordar dos
judeus brancos, no que concerne a alguns assuntos, como muitos costumes,
canções e alimentos, que eram de origem europeia. Sendo assim, ele tinha o
direito de introduzir alguns costumes Africanos, do Caribe e das tradições
americanas, em sua comunidade israelita afroamericana. Portanto, lendo sobre o Kwanzaa, pergunto-me se ele não é proveniente desta fusão, introduzida por rabbis como Matthew.
Para finalizar, sugiro que leiam a postagem do dia 26 de julho, de 2015, onde falamos a respeito da origem dos judeus brancos. O título é: "(05) A 13ª tribo, falsos israelitas, Khazares, Ashkenazi, Edomitas...". E, leia também, sobre o Kwanzaa, com o título: "O Kwanzaa acabou! Mas, o que é
Kwanzaa mesmo?", do dia 07 de janeiro de 2016.
Raimundo Nina Rodrigues (1862
—1906) de vargem Grande (Maranhão), foi um médico legista,higienista,
psiquiatra, professor,epidemiologista, etnólogo, escritor,
sexologista e antropólogo; em suma: um polímata brasileiro, cujas teses
antropológicas são, atualmente, consideradas racistas.
Breve biografia:
Esse filho de coronel, que
teve como madrinha/babá uma mulata, ficou conhecido em Salvador, em sua época,
como o médico dos pobres, mas, na modernidade, é visto como um estudioso que defendeu
ideias racistas. Note porém, o que Estácio de
Lima, no livro “Velho e Novo Nina”, fala sobre ele: “frequentava candomblés,
deitava-se com as inhaôs (sic), e comia a comida dos orixás", e isso, apesar
do olhar crítico de seus colegas de profissão.
A verdade é que, Nina
Rodrigues buscou analisar com profundidade, os problemas do negro no Brasil,
fazendo escola no assunto, mas, ele sofria da mazela chamada influência da ideologia
predominante de seu tempo. Entre seus livros destacaram-se: “As raças humanas e
a responsabilidade penal no Brasil” (1894), “O animismo fetichista dos negros
da Bahia” (1900), e “Os africanos no Brasil” (1932).
Frisa-se que, no período da
abolição da escravatura, a cidade de Salvador (BA), para citar apenas um exemplo, contava com mais de 2 mil
africanos catalogados; e a Lei Áureanão se preocupou em oferecer condições para que os ex-escravos pudessem ser integrados no mercado de trabalho formal e assalariado, de forma que, muitos se aglomeravam nas grandes cidades, alguns envolvendo-se em crimes, por conta da falta de uma política que afirmativa para ajudá-los; e foi nesse período que Nina Rodrigues escreveu: "a igualdade
é falsa, a igualdade só existe nas mãos dos juristas". Ele defendia que
deveriam existir códigos penais diferentes, para raças diferentes. na verdade ele achava que o negro era inferior e naturalmente dado ao crime.
Nina Rodrigues foi um
indivíduo influenciado pelo darwinismo social, surgido no Reino Unido,
América do Norte e Europa Ocidental, na década de 1870. Ele foi um dos
introdutores da antropologia criminal e da Frenologia no
Brasil. Frenologia foi uma teoria que reivindicava a capacidade da ciência em determinar o
caráter, as características da personalidade, bem como o grau de criminalidade
de um indivíduo, a partir da forma da cabeça deste
("protuberâncias"). Tal pseudociência foi desenvolvida pelo médico
alemão Franz Joseph Gall, nos idos de 1800, tornando-se popular no século XIX.
Esses estudos eram, no entanto, controversos na antropologia/etnologia, porque,
muitas vezes, foram utilizados para justificar o racismo, de forma científica.
De fato, a Frenologia serviu de base para a Eugenia - "purificação da
raça".
E a Eugenia é um termo que foi criado em
1883, por Francis Galton (1822-1911), significando: "o estudo dos agentes, sob o controle
social, que podem melhorar ou empobrecer as qualidades raciais, das futuras
gerações, seja física ou mentalmente. Em poucas palavras, faz alusão à - 'bem
nascido'. Trata-se do marco inicial da visão nazista, que veio a ser parte
fundamental, da ideologia de "pureza racial", a qual culminou no
Holocausto. Veja a publicação: “Educação imaginativa e histórica – Eurocêntrica”,
do dia 18 de agosto de 2015.
Falamos de um período na
história humana, onde a ciência estava contaminada pelo “Darwinismo Social”, já citado, e que é um nome moderno dado às várias teorias da sociedade, que motivaram as
ideias de eugenia, racismo, imperialismo, fascismo, nazismo, e na luta entre
grupos e etnias nacionais.
Voltando ao pensamento de Nina
Rodrigues, que via o negro como marginal, citamos algumas publicações
de sua autoria, com esse teor: 1) “Mestiçagem, Degenerescência e Crime”. Aqui ele procurou
provar suas teses sobre a degenerescência e as tendências ao crime, dos negros e
mestiços; 2) "Antropologia patológica: os mestiços", e 3) "Degenerescência
física e mental, entre os mestiços nas terras quentes". Para Nina Rodrigues,
os negros e os mestiços se constituíam na causa da inferioridade do Brasil.
Em obra intitulada: “Os
Africanos no Brasil”, o autor explica o subdesenvolvimento do Brasil como uma consequência
da predominância de mão de obra negra. Ele escreveu:
"Para dar-lhe [a
escravidão] esta feição impressionante foi necessário ou conveniente emprestar
ao negro a organização psíquica dos povos brancos mais cultos (…) O sentimento
nobilíssimo de simpatia e piedade, ampliado nas proporções duma avalanche
enorme na sugestão coletiva de todo um povo, ao negro havia conferido (…)
qualidades, sentimentos, dotes morais ou ideias que ele não tinha e que não
podia ter; e naquela emergência não havia que apelar de tal sentença, pois a
exaltação sentimental não dava tempo nem calma para reflexões e
raciocínios".
Pasmem amigos! Teorias como estas, aceitas como verdade por muito
tempo, serviram de base para que o governo brasileiro estimulasse ainda mais a
imigração de europeus brancos.
Em dada ocasião, o escritor Jorge Amado citou
Nina Rodrigues em uma de suas obras - “Tenda dos Milagres” - trocando o nome
de Nina por: Nilo Argolo. É oportuna a citação deste livro, que nos insere no contexto daquele período.
"Tenda dos Milagres" é um
romance do escritor brasileiro, Jorge Amado, publicado em 1969, cuja trama se
passa na Tenda dos Milagres, no Pelourinho- Salvador/Bahia, terra originalmente
povoada por muitos afrodescendentes, que constituíram a maioria da população daquele
lugar.
Na Tenda citada no romance ocorriam
encontros de pessoas ligadas ao candomblé e à capoeira. O livro de Jorge Amado buscou retratar Pedro Archanjo, o herói mestiço da história, que era mulato com algum
estudo, e que era protegido pelo professor da Faculdade de Medicina, Silva
Virajá.Muitas
das personagens de Jorge Amado foram baseadas em pessoas reais, entre eles, o
principal adversário intelectual de Pedro Arcanjo, desta história, que no caso era Nilo Argolo, que foi, provavelmente
inspirado em Nina Rodrigues, como já dissemos. Diante desta realidade, deu até vontade de ler o livro, e conhecer mais deste escritor baiano, o Amado Jorge.
Por fim, fizemos uma postagem que falou
a respeito de Manuel Querino, o intelectual afrodescendente, e baiano, que travou
no meio intelectual, debates fervorosos, contra as ideias preconceituosas da
ciência defendida por Nina Rodrigues. Sugiro que leia. E assim vou buscando conhecer os personagens negros, como Manuel Querino, ou os controversos, como Nina Rodrigues, na tentativa de mostrar à quem tenha interesse, a nossa história afro, e os heróis negros de nossa nação, em todos os tempos. Lembrando que somos o que somos, uma nação culturalmente rica, graças em grande parte, aos africanos que vieram sofrer, mudar, e enriquecer nossa realidade como Brasil.
Neste ponto sugiro que
leia a publicação a respeito de Manuel Querino, um de nossos heróis abolicionistas.
Wikipédia, a enciclopédia livre. Os Africanos no Brasil.Publicação
eletrônica. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Africanos_no_Brasil.
Acesso em 23 fev. 2016.
Manuel Raimundo Querino (1851
— 1923), que será objeto desta publicação, foi um intelectual afrodescendente, que estudou no Liceu de Artes e
Ofícios da Bahia, e na Escola de Belas Artes, e que fez história como escritor,
líder abolicionista e pioneiro nos registros antropológicos, da cultura africana, em solo brasileiro. Ele foi de fato, um proeminente ativista, que combateu com fervor e
competência, as ideias racistas do darwinismo social daquele período.
Breve biografia:
Manuel Querino, negro brasileiro, perdeu os pais
para a cólera, em 1855. Por sorte, teve como padrinho/tutor o professor da Escola
Normal de Salvador, Manoel Correia Garcia, que o introduziu nas primeiras letras. É dito que, depois
de servir na Guerra do Paraguai, como
escriba (carece de fontes),Querino teria voltado sua atenção ao desenho e à pintura, obtendo em seguida, o
diploma de desenhista, em 1882.
Mas, este homem das artes, terá papel ainda mais profundo à desempenhar, de forma a deixar marcas profundas na história de nossa cultura. Depois de produzir dois livros
didáticos, sobre desenho geométrico, Manuel atuou na política, como
abolicionista. Ele era republicano e liberal, um verdadeiro líder da classe
trabalhista e operária. Desta maneira ele inicia uma trajetória dedicada não somente à proteção do negro brasileiro, como, também, de registro da brilhante contribuição destes para a construção de nossa nação.
Querino inicialmente, defendeu com ardor pessoas
humildes e sem voz, que sofriam com reformas injustas. Mas, essa luta
custou-lhe um preço, que foi a não reeleição, para a Câmara Municipal, bem como, ser consecutivamente
preterido em todas as ocasiões em que lhe era justa a promoção, no serviço
público, na Secretaria da Agricultura.
Secretários e
chefes de serviço mostraram desinteresse pela sorte deste homem, porque era negro, mas, no fim, seria este negro que acabaria
lembrado nos anais de história, de seu país, por ter registrado a história dos afrodescendentes, e seu papel no enriquecimento de nossa cultura.
Manuel Querino dedicou boa
parte de seu tempo e energia, aos estudos históricos, pesquisando e registrando as
contribuições dos Africanos, ao desenvolvimento do Brasil como ele é hoje. Afinal, “nenhum
afro-brasileiro havia, até então, dado sua perspectiva da História, do Brasil”. Dito isso,
Querino surgiu como “o primeiro Brasileiro - afro ou não afro- a detalhar,
analisar e fazer justiça às contribuições Africanas ao Brasil”.
Por fim, frisemos que, ele travou, no meio
intelectual, debates recorrentes, contra as ideias preconceituosas, de Nina
Rodrigues, um personagem que citaremos numa próxima publicação. Manuel Querino
também chamou, diversas vezes, a atenção dos oficiais municipais, quanto às perseguições infringidas
aos praticantes das religiões Afro-baianas.
Lamentavelmente, a polícia da época rotulava essas religiões como bárbaras e pagãs. Eles apareciam nos terreiros para
destruir propriedades, e para ferir os participantes. E foi assim que baianas como Tia
Ciata foram parar no Rio de Janeiro, no final do século XIX, e início do
século XX. Essa baiana guerreira, a Tia que abriu os terreiros para os pagodes, recebia a nata de sambistas, daquele período, ajudando a desenvolver e impulsionar o estilo musical mais brasileiros de todos. Veja a publicação: "Origem Feminina do Samba - As Divas Negras", do dia 20 de fevereiro de 2016. Não esqueçamos também, os episódios
recentes de vandalismo praticado contra centros espíritas, como o incêndio ocorrido no
Distrito Federal, que destruiu um CE, e parece ter sido criminoso. Isso mostra o quão duradouro é
o racismo contra as religiões de matriz africana.
Voltando ao personagem desta
história, Manuel Querino. Ele foi fundamental para a historiografia brasileira, ao
preservar a história dos africanos, no Brasil, ao registrar seu legado à cultura
baiana...
É dele a citação que exalta a
identidade nacional afrodescendente:
“A Bahia encerra
superioridade, a excelência, a primazia, na arte culinária do país, pois que o
elemento africano, com a sua condimentação requintada de exóticos adubos,
alterou profundamente as iguarias portuguesas, resultando daí um produto todo
nacional, saboroso, agradável ao paladar mais exigente, o que excede a
justificada fama que precede a cozinha baiana”. (QUERINO, 1922, p. 23).
Manuel Querino faleceu na
Bahia, em 1923.
Algumas de suas obras são:
Artistas baianos, Rio de Janeiro, 1909
As artes na Bahia, Salvador, 1909
A raça africana e os seus costumes na Bahia, in Anais do V
Congresso Brasileiro de Geografia, Salvador, 1916
A Bahia de outrora, Salvador 1916
O colono preto como fator da civilização brasileira, 1918
A arte culinária na Bahia, Salvador, 1928.
Eu acredito que não devemos mais aceitar uma educação que seja eurocêntrica, tendente à ignorar as grandes influências da cultura africana, em nossa cultura. Não podemos nos limitar a citar um folclore depreciativo, como o Saci Pererê, ou citações da escravidão, nas aulas de história, coisas que deixam marcas de menos valia em nossas crianças negras. Devemos fazer com que nossas crianças e jovens conheçam os heróis negros desta pátria, porque, parte da beleza de nosso país deve-se principalmente aos africanos que aqui deixaram sua marca.
Hilária Batista de Almeida, mais conhecida como Tia Ciata (1854—1924), foi uma entre várias divas negras e talentosas, que deram origem ao samba, o estilo musical mais brasileiro de todos.
Tia Ciata era uma cozinheira e mãe de santobaiana, considerada por muitos, como
uma das figuras mais influentes para o surgimento do samba carioca; isso
porque, era em sua casa que se reuniam sambistas, todos os finais de semana, para realização de pagodes (festas dançantes),
com direito à quitutes feitos por ela, e música sem parar. A tia baiana cuidava para que o
samba nunca parasse.
Esses encontros lendários ocorriam na "Praça Onze" (conhecida como "Pequena África"), que era um ponto
de encontro tradicional de sambistas e compositores cariocas, de forma que, acabou
ficando lembrada, nos primeiros anos de desfile, das escolas de samba, como ponto "obrigatório" de
passagem, isto é, era prática corrente destes grupos, passar diante da casa de Tia
Ciata. Todo o ano, durante o Carnaval, a família da Tia baiana armava uma barraca na Praça 11,
reunindo tanto trabalhadores, quanto a nata da malandragem carioca. Ali nasciam
as marchinhas, que ficariam famosas, no Carnaval carioca.
Tia Ciata foi com certeza, uma das mais famosas baianas, que migraram para o Rio de Janeiro, no início do século XX, fugindo da perseguição policial (perseguição religiosa). Os policiais baianos invadiam terreiros, destruíam tudo, e batiam em quem estivesse lá. A migração da tia baiana contribuiu para o desenvolvimento do samba, pois, ela abria seu terreiro de Candomblé, para as rodas de pagode acontecerem.
Além de vender doces, Tia Ciata
alugava roupas de baiana, para os teatros, e para o Carnaval; isso levou muita
gente da Zona Sul da cidade, da alta sociedade, à frequentar a casa da baiana, fato que, certamente, ajudou à pavimentar a estrada do samba. Tia Ciata morreu em 1924.
Clementina de Jesus da Silva(1901 —1987) foi uma cantora de samba, negra e carioca, conhecida como Tina,
Rainha Ginga ou Quelé, que nasceu em 1901, e queacompanhou de
perto, o surgimento e desenvolvimento da escola de samba "Portela". Ela frequentou desde cedo as rodas de samba da
região, e tinha um brilho especial nos olhos, que cativou tanto os mais
humildes, quanto o imperador Haile Selassiê (já falamos deste imperador, aqui no blog). Leia: "Imperador Haile Selassie (Rei dos Rastafari)", do dia 21 de agosto de 2016.
Em 1940,
Clementina, já casada, foi residir na Mangueira, onde trabalhou como doméstica, por mais de 20 anos, até ser
"descoberta" pelo compositor Hermínio Bello de Carvalho,
em 1963, quando já estava com 63 anos. Talvez por isso Clementina tratasse
todos igualmente, sem distinção de classes sociais. Uma mãezona!
Considerada rainha do partido alto (um tipo específico de samba, que mais se
aproxima do batuque angolano), com seu timbre de voz inconfundível, Clementina foi ativa em recuperar
a memória musical afro-brasileira.
Em 1968,
com a produção de Hermínio Bello de Carvalho, Clementina registrou o histórico LP :"Gente da Antiga", ao lado de Pixinguinha e João da Baiana.
Clementina, também chamada de mãe, surgira
como um elo entre a moderna cultura negra
brasileira, com a Mãe África, causando admiração no meio musical (MPB). Artistas como
João Bosco, Milton
Nascimento e Alceu Valença fizeram questão de registrar
sua voz, nos álbuns desta diva do samba. Em 1983, Clementina de Jesus foi merecidamente homenageada em um espetáculo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com participação de Paulinho da Viola, João Nogueira, Elizeth Cardoso, e outras natas do samba. Mesmo tendo iniciado tardiamente sua carreira
artística, que acabou sendo curta, Clementina de jesus é, sem dúvida, uma das
mais importantes cantoras brasileiras, que, lamentavelmente, partiu, deixando saudades, em função
de um derrame, em 1987.
Última esposa de Cartola, Dona Zica foi uma diva da velha guarda da "Estação Primeira de Mangueira".
Ela tinha mais de 40 anos de idade, quando casou-se com Cartola, em 1954. Ela teve um papel importante na vida deste grande nome da cultura musical brasileira.
Diz-se que, o talento gastronômico de
Zica, segundo relato da própria, foi decisivo na vida do casal, pois, conforme depoimento
seu, registrado na biografia de Cartola, já na década de 1960, ao comandar um
vatapá, na casa de Benjamin Eurico Cruz, ela teria conseguido fazer um contato importante, que deu origem ao Zicartola, famosa casa de samba do Rio de Janeiro, e que também funcionava como restaurante, onde ocorriam encontros de sambistas afamados da época. Dona Zica morreu aos 89
anos, de problemas cardiovasculares.
Dona Ivone Lara é uma cantora
e compositora brasileira, uma legítima matriarca do samba,
também chamada de: “A Rainha do Samba”. Essa musicista teve forte influência da família, que deu origem ao seu amor pelo samba. Com a morte do pai, aos três anos de
idade, e da mãe, aos doze anos, Ivone acabou sendo criada pelos tios, com quem
aprendeu a tocar cavaquinho, bem como a ouvir o batuque sambista. Detalhe interessante: Ivone Lara teve aulas de canto, com Lucília Villa-Lobos, recebendo elogios do
marido desta, o famoso maestro Villa-Lobos.
E essa veia artística também adveio dos pais de Dona Ivone, que, antes de
morrerem, tinham intensa vida musical. O pai era violonista de sete cordas, e
desfilava no Bloco dos Africanos; a mãe era ótima cantora, e emprestava sua voz
de soprano, aos blocos carnavalescos tradicionais, do Rio de Janeiro.
Curiosidade: Dona Ivone Lara era formada
em Enfermagem, e tinha especialização em Terapia Ocupacional, ela trabalhou trabalhou com a nobre doutora Nise da Silveira, e foi assistente social até se
aposentar, em 1977. Depois da aposentadoria, a sambista passou a
dedicar-se exclusivamente à carreira artística.
Com a fundação do Império Serrano, em 1947, Dona Ivone desfilava na ala das baianas. A
consagração como cantora veio somente em 1965, quando tornou-se a primeira mulher a
fazer parte da ala de
compositores de escola de samba.
Entre os intérpretes que gravaram
suas composições destacam-se nomes de peso como: Clara Nunes, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paula Toller, Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Roberta Sá e Marisa Monte.
De tão respeitada, diz-se que, não bastava chamar
a cantora de "Ivone Lara", o respeito e a admiração impuseram o termo: "DONA", que fundiu-se ao nome da então, consagrada sambista.
Em 2014, Dona Ivone Lara participou do
primeiro dia de gravações do "Sambabook", em homenagem à sua carreira,
onde participaram cantores como: Elba Ramalho, Criolo, Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Arlindo Cruz, Adriana Calcanhoto e Zélia Duncan.
Jovelina
Pérola Negra (1944 —1998), cujo nome de batismo era Jovelina Farias Delford, foi uma cantora e compositora brasileira, consagrada como um dos grandes nomes do samba.
Com uma voz rouca e forte, essa negra, sambista e guerreira, foi herdeira do
estilo de Clementina de Jesus, e,
como ela, empregada doméstica, antes
de fazer sucesso, no mundo artístico.
Jovelina ganhou fama ao participar
do histórico disco: "Raça Brasileira", em 1985, ajudando a consolidar
o pagode.
O nome Pérola Negra era homenagem à
sua cor reluzente.
Essa pérola da música brasileira conquistou
muitos fãs no meio artístico, como Maria Bethânia e Alcione. Ela gravou cinco álbuns, e conquistou o Disco de Platina. Mas, lamentavelmente, o sucesso chegou tardiamente, impedindo
a realização de um sonho, o de "ganhar muito dinheiro, para dar aos filhos
tudo o que não teve", isso porque, em 2 de novembro de 1998, Jovelina Pérola negra morreu, aos 54 anos, de infarto.
Outros nomes que não foram citados aqui, como: Leci Brandão, Tia Surica
e Tia Doca, você encontra nos anais da nata do samba brasileiro, um estilo
musical nascido nas favelas, da ginga e talento de nossos afrodescendentes.